No ano de 1985, o Bangu foi vice-campeão carioca, após ser prejudicado pela arbitragem de José Roberto Wright na final contra o Fluminense. No mesmo ano, foi vice-campeão brasileiro, perdendo nos penalties para o Coritiba. Esta colocação deu o direito de disputar a Taça Libertadores de 1986.

A equipe carioca já teve grandes jogadores em meados da década de 80. Mauro Galvão chegou a trocar o tri-campeão brasileiro, Internacional de Porto Alegre, pelo clube de Moça Bonita no ano de 1986. Segundo Galvão, o Bangu foi o único clube em que recebia bicho ao vivo e a cores. "Nos outros, depositam na conta. Depois das vitórias, a gente fazia fila na frente da sala do Castor de Andrade. Ele abria uma maleta e ia distribuindo a grana. Nunca mais vi daquilo". O jogador Neto, ídolo corintiano, chegou a afirmar que não queria mais voltar ao Guarani depois que foi emprestado pelo time do subúrbio carioca. O jogador dizia que o Bangu era o melhor time do Brasil e que não havia nenhum clube parecido. Outro grande jogador que se encantou com o Bangu foi o ponta-direita Marinho, jogador da seleção brasileira daquele ano, sob o comando de Telê Santana.

Naquela Taça Libertadores da América, o time de Castor de Andrade começou a fazer sua fama fora dos gramados brasileiros. Alguns fatos pitorescos marcaram aquela caminhada pela América do Sul. A equipe costumava levar 15 kg de feijão-preto e 10 kg de carne-seca, costelinha, linguiça e outras iguarias, para todos os jogos fora do Brasil. No grupo do Bangu estavam o Coritiba, Barcelona de Guaiaquil e Deportivo Quito.

Falava-se muito que o Bangu jogava com uma raça exagerada. Algumas vezes eram vistas como sendo jogadas violentas pelos adversários. Os gordos bixos, pagos pelo patrono Castor de Andrade, sempre foi uma motivação extra aos jogadores. A má fama, se deu pelo fato de diversos jogadores se machucarem em jogadas contra jogadores do Bangu. Como os craques da época, Assis, Romerito e a famosa contusão do galinho de quintino, Zico.

O patrono costumava motivar seus jogadores até mesmo nas concentrações. Era comum ele presentear os jogadores com 50 dolares, simplesmente pelo fato de alguém conseguir acertar a bola em uma camisa pendurada no travesão da Toca do Castor, onde a equipe costumava treinar. Em uma ocasião, em Guaiaquil, Equador, ele ofereceu 50 dolares para o jogador que conseguisse ganhar do técnico Moyses em uma prova de natação na piscina do hotel.

Mesmo naquela época, a torcida do Bangu não costumava comparecer em grande número nos estádios. Inclusive, o pior público da história da Taça Libertadores foi em um jogo no Maracanã contra o Deportivo Quito, em uma terça feira chuvosa, onde apenas 148 torcedores acompanharam o empate de 3 a 3. A equipe terminou em último no grupo. Somente o Barcelona de Guaiaquil passou para a próxima fase. Naquele ano, o River Plate foi campeão do torneio.

Hoje, o Bangu se prepara para estreiar na segunda divisão carioca no próximo sabado, dia 26 de Julho, contra o Angra dos Reis em casa.

2 comentários:

O Bangu era um timaço, tradição em peso. Hoje, é apenas um time de segunda divisão.
Mais um caso de descaso dos cartolas brasileiros.
O Paysandu, Remo, e outros times do Brasil estão no mesmo caminho

http://pernambola.blogspot.com/

26 de julho de 2008 às 18:41  

E no ano seguinte, o Guarani chegou a sua segunda Libertadores. Este ano disputa a Série C pela segunda vez. Beleza, não?

Abraços

28 de julho de 2008 às 08:55  

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

Blogger Template by Blogcrowds.